domingo, 25 de julho de 2010

De Mala & Cuia

Há mais ou menos 3 anos, havia surgido na minha cabeça a idéia de mudar de cidade, ok, eu já morava sozinha mas ainda dependia das decisões da minha família, ainda estava na faculdade e isso era apenas uma idéia. Morar mais longe me parecia tentador, era exatamente o que eu queria, não queria mais cidades pequenas, seus tédios e suas pessoas com pensamentos pequenos. Queria o êxodo rural. Sair das verdes colinas missioneiras à beira do Rio Uruguai para uma cidade grande: qual delas? Haviam duas opções que me seduziam - Curitiba e Porto Alegre, pelas variedades de tudo e pela existência de amigos, porque não bastava ir apenas, longe da família eu consigo ficar, mas sem amigos não sobreviveria. Pensei, visitei as cidades novamente e comecei fazer pós em Porto Alegre: começou a ser a escolhida por ser perto da família, porém apenas ia e vinha todo santo mês.
Ainda estava morando em uma cidade que não me agradava, e projetos foram enraizando-se na pequena cidade: minha banda fazia shows que foram importantes para seu reconhecimento; estava dentro do SESC palestrando e interagindo com idosos; entrei para o circo, onde criei amizades fortes e importantes; além de ser puxadora escola de samba mas essa não teria empecilho para morar longe já que é só na época de carnaval! E tinha mais um motivo para ficar: minha mãe tinha gasto com a minha faculdade, gastava com a minha irmã que mora em Santa Maria fazendo cursinho, com que cara eu falaria que queria me mudar? Será que ela entenderia que são poucas coisas que me prenderiam?
Depois de terminar a faculdade, voltar a morar na casa dos pais seria menos complicado do que eu imaginava, por isso demorei um ano e meio, refletindo sobre o que realmente eu queria para minha vida. E realmente tudo me levava à mudança. Quando vagou um quarto no apto de um amigo, pensei: "É agora ou nunca!". Tomei coragem e conversei direito com minha mãe, me admirei da reação dela, fui totalmente apoiada! Era hora de arregaçar as mangas, entregar currículo, ver móveis pro quarto, comprar um fogão que faltava, fazer um curso de Pilates e me mandar! Foi minha chance de ir embora, agora um pouquinho mais madura, vou morar em Porto Alegre.

As perguntas do povo preocupado com minha decisão logo vieram:
E a escola de samba? Continuo sendo puxadora da Unidos da Zona Sul de Santo Ângelo/RS. É uma vez por ano, sem problemas em voltar, além do mais os shows são sempre perto do carnaval.
A Maria Bolacha vai acabar? Não, eu e o Rafa continuamos vivos, isso significa que a Maria Bolacha também estará quando nos reunirmos para tocarmos juntos! Apenas os shows serão mais raros, e a Festa de Aniversário da MB será mantida todo santo ano: 1º de novembro!
Como fica a Cia de Artes Circense Burzum? Fica sem cantora por enquanto, até arrumarem alguém para me substituir, porém continuo na Cia, tenho projetos com eles, estou escrevendo o próximo espetáculo deles, e quando tiver data livre e espetáculos grandes deles, eu estarei junto com o grupo. Assim, como começará uma rádio web que o Circo terá um horário e eu mandarei as principais notícias da capital gaúcha.
Vai trabalhar como fisioterapeuta? Sim, estou vinculada a uma clínica em POA, voltarei em outros lugares que deixei o currículo e me pediram pra fazer Pilates.
Vai parar de cantar em POA? E isso é possível? Tenho chuveiro em casa! haha Mas vou morar com um pianista, então, isso pode ajudar, além do mais em POA há muitos músicos, eu quero montar uma nova banda.
Há projetos musicais em mente? Claro, esses nunca morrem. Na minha cabeça, por enquanto, tem de uma banda nova juntando com pirofagismo em cima do palco, só preciso de músicos loucos dispostos a se vestir bizarramente porque gente do circo eu já tenho! Continuo compondo, estou com 3 músicas em parceria com um amigo de Guarulhos/SP: Tico Gonçalves, além das 7 músicas em parceria com o Rafa Librenz, meu eterno parceiro da Maria Bolacha.
Volta? Quando der, não é um adeus e pra ninguém ficar triste, escolhi novos caminhos, a gente sempre muda para tentar ser melhor, não queria me adaptar ao que me faz mal, queria o que me faz sentir bem e o que me leva a querer ser melhor!
Não vou esquecer de ninguém, vou continuar amando à todos que sempre acreditaram em mim, e que querendo ou não me ajudaram a fazer minhas próprias escolhas. Nem de longe é um adeus, é um até logo, afinal daqui a pouco estarei de volta.

3 comentários:

  1. Que legal, Jana! Desejo toda sorte do mundo pra ti... quem sabe em Porto Alegre alguém acaba descobrindo a cantora talentosa que você é!? Ainda quero te ver no Jô, de preferência ao lado do Rafa... beijão!

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  2. Amiga, tu não sabe o quanto eu tô feliz!!!
    Boa sorte em tudo o que tu fizer, porque talento tu tem!! ;)
    Te amo!

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  3. vai, janice! alguém tem q puxar a frente...
    arruma uma casa bem grande q no próximo ano vai todo mundo atrás de ti! :]

    amo tu!
    bjoo

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